Matéria publicada originalmente por Ana Paula Branco, Folha de S. Paulo – Diante da falta de recursos para concessão de financiamento imobiliário, a Caixa Econômica Federal tem deixado potenciais compradores aguardando a assinatura dos contratos, mesmo com o processo de concessão do empréstimo já avançado, conforme apuração da Folha de S. Paulo.
A partir de 1º de novembro, o banco aplicará novas regras para financiamento de imóveis de até R$ 1,5 milhão, o que deve encarecer as operações. Restam disponíveis apenas 15% do orçamento anual destinado a esse tipo de financiamento com recursos da poupança, limitado para os últimos meses de 2024.
A Caixa enfrenta um cenário complexo, com alta demanda por imóveis, saques significativos da caderneta de poupança (fonte principal para o crédito habitacional) e a Selic ainda em dois dígitos, com tendência de elevação.
Desde o ano passado, a preocupação com recursos escassos para o financiamento imobiliário tem sido frequente nas declarações da diretoria do banco, que alerta para a possibilidade de falta de verba em 2025. Nas agências, no entanto, o impacto já é sentido por compradores, vendedores e demais envolvidos na cadeia do setor imobiliário.
Caixa é o maior financiador de imóveis no Brasil
A carteira de crédito habitacional da Caixa Econômica ultrapassou R$ 800 bilhões, com mais de 7 milhões de contratos ativos, garantindo ao banco uma posição de liderança no financiamento habitacional com 68% do mercado.
Em 2024, o banco teve um orçamento de R$ 75 bilhões para contratações com recursos da Poupança (SBPE), dos quais R$ 63,5 bilhões já foram consumidos até setembro. Nesse período, a Caixa concedeu R$ 175 bilhões em crédito imobiliário, representando um aumento de 28,6% em relação ao mesmo período de 2023. Foram financiados 627 mil imóveis, beneficiando cerca de 2,5 milhões de brasileiros.
Fonte: Site Construliga - Outubro 25, 2024